Assunção de Maria: Como entender? O que significa para nós?

“Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”. (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus)

Em agosto celebramos a festa da Assunção de Maria ao céu em corpo e alma. Em muitas cidades é o feriado municipal da padroeira sob o título de: Nossa Senhora da Vitória; da Glória; da Boa Viagem; do Paraíso; da Abadia etc. Feriado ou não, muitas pessoas guardam repouso religioso nesse dia.

A Assunção de Maria é verdade definida como dogma de fé.

Há pessoas que torcem o nariz para os dogmas da Igreja. Em especial os dogmas marianos. O que é um dogma? É a verdade da fé professada como contida na Revelação Divina. Não é uma verdade contrária à razão, imposta arbitrariamente e à qual o católico deve obediência cega. Antes de ser proclamado pelo papa, o dogma passou pela intuição multissecular da fé e piedade do povo de Deus. Teve a ‘sintonia fina’ da reflexão teológica em longo processo. Houve assim uma ‘maturação’ daquele dogma desde a Tradição. É estranho que fiéis rejeitem os dogmas apesar de crerem em Deus, em Jesus Cristo e optarem pelos sacramentos da Igreja: batismo, confissão, eucaristia, matrimônio.

Crer em Deus com a Bíblia é aceitar o maior de todos os dogmas cristãos: a revelação divina! Ele se revelou o infinito, o onipotente e onisciente. É o Deus da sabedoria humana adorado por muitos cientistas. Ninguém jamais provou e prova que ele não existe; ou que ver nele o absoluto da vida seja irracional. Viver para o nada e sem finalidade, isto sim, é irracional. Propor como verdade absoluta uma vida sem sentido é talvez o “dogma” mais irracional! Os dogmas cristãos são verdades embutidas na Revelação. De modo explícito ou implícito. A Assunção de Maria não se apoia na letra da Sagrada Escritura e sim numa ampla e longa Tradição.

“Mulher vestida de sol, com a lua sob os pés e coroada por 12 estrelas”.

Escritores bem antigos, biblistas e teólogos viram na frase do capítulo 3º do Gênesis: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, entre a tua descendência e a dela” (3,15a) uma referência implícita a Cristo, novo Adão, e a Maria, nova Eva. O cap. 12 do Apocalipse fala da “Mulher vestida de sol, com a lua sob os pés e coroada por 12 estrelas”. Perseguida pelo dragão ela o venceu e deu à luz um Filho “arrebatado para junto do trono de Deus”. A passagem sugere o triunfo do povo de Deus do qual Maria, mãe do Messias e da Igreja, é o sinal de segura esperança. Vemos nela a figura-símbolo da nossa plena realização. A Assunção de Maria já iniciou o futuro da Igreja.

A Virgem gerou o corpo do crucificado e recebeu dele uma especial condição. Ao lado da cruz ela era a Mãe Dolorosa. Agora é a sua mãe gloriosa. Na porta Sul do Santuário, bela e sugestiva imagem da Assunção da Virgem que eleva os braços para o céu e recebe os romeiros. Nós a invocamos com alegria, pois ela é a imagem final da Igreja em peregrinação até o “o novo céu e a nova terra”.

Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.SS.R.

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