Mais de mil pessoas participaram na tarde deste domingo (15), da inauguração da Fazenda da Esperança Nossa senhora dos Remédios, localizada na comunidade Lagoa Achada, município de Itainópolis. Elas foram recepcionadas por Frei Hans Stapel, frade franciscano e fundador do Projeto das Fazendas da Esperança.
Junto com o Frei Hans, dezenas de recuperados (ex-dependentes químicos), recuperandos (pessoas em processo de recuperação) e outras dezenas de voluntários e benfeitores da Fazenda da Esperança e do Grupo Esperança Viva, também participaram da acolhida às centenas de visitantes que compareceram à cerimônia de abertura da primeira casa da Fazenda na Diocese de Picos.
Sob o sol do sertão piauiense, o Bispo de Picos, Dom Plínio José Luz da Silva, presidiu a Missa que marcou a inauguração da Fazenda da Esperança. Concelebraram: Dom Juarez Sousa (Bispo Diocesano de Oeiras), Frei Hans Stapel e os padres Francisco Pereira Borges (Bocaina), Francisco Feitosa (Itainópolis) e Luís Rodrigues (Fazenda da Esperança).
HOMILIA
Frei Hans, que foi convidado para fazer a Homilia (sermão), refletiu o Evangelho do Dia, enfatizando o sentido da misericórdia do Pai. “Deus acolhe a todos e não condena a nenhum filho, qualquer que tenha sido o seu passado e o seu pecado”, pregou o frade franciscano, para exortar: “Ele quer somente o coração arrependido”, disse.
Para a multidão atenta, Frei Hans explicou que “nenhuma pessoa está em condição de julgar o seu semelhante”. O pregador insistiu que a Fazenda da Esperança é uma prova concreta de que, “quando se abre o coração para a Graça de Deus, tudo é possível”, ressaltou.
O frade franciscano informou, ainda durante a homilia, “que nos trinta anos de existência da Fazenda da Esperança, mais de 20 mil pessoas – a grande maioria de jovens – já conseguiram se livrar das drogas”, ressaltou.
“Agradeço a Deus, agradeço a Dom Plínio, porque a Fazenda da Esperança só é instalada com a aceitação e o apoio do bispo diocesano. Agradeço também a todos vocês que estão aqui e que contribuíram para esta casa fosse construída”, destacou.
Frei Hans ressaltou que a terra onde está implantada a Fazenda da Esperança, foi doada pela Diocese de Picos, mediante uma decisão de Dom Plínio.
“Gostaria de ficar aqui com vocês, mas preciso voltar ainda esta noite para Guaratinguetá, porque outros compromissos me esperam. Mas, confio em todos vocês, que vão continuar ajudando. Prometo que voltarei. Quem sabe para inaugurar mais uma casa”, pontuou.
TRIPÉ
O Bispo de Picos, Dom Plínio José, que acolheu e deu apoio ao projeto de implantação da Fazenda da Esperança na Diocese de Picos, e acompanhou, junto com o padre Gregório Leal Lustosa (Pároco da Catedral), todo o processo de construção do mesmo, disse que a inauguração da Fazenda da Esperança, representa um marco para Diocese de Picos e para a sociedade.
Conforme Dom Plínio a inauguração da primeira casa da Fazenda da Esperança, com os recursos necessários para acolher os recuperandos, é uma prova de que, quando as pessoas se unem em torno de uma causa, todos os obstáculos são superados.
“Vocês estão vendo essa casa bonita cheia de alpendres para armar redes; vocês acham que eles vão dormir muito? Eles vão ter é trabalho, muito trabalho”, disse, numa referência a um dos três pontos importantes do tripé que motiva a vida na Fazenda da Esperança. Os outros dois pontos são a espiritualidade e a convivência.
Visivelmente tocado pelo momento e pela numerosa presença de tantos defensores e apoiadores do projeto, que visa tirar os jovens das drogas, o Bispo de Picos disse em tom de celebração: “Agora podemos dizer que temos a nossa Fazenda da Esperança”, pontuou.
A Fazenda da Esperança está assentada em uma de cerca de 110 hectares, com terra propícia para desenvolver atividades de criação de animais como caprinos e ovinos, aves e peixes, além do cultivo de culturas agrícolas que se adaptem às condições climáticas dessa região.
A casa da Fazenda da Esperança tem capacidade para acolher cerca de 20 recuperandos, além de outro espaço onde está uma capela, para desenvolver a espiritualidade e um galpão para realizarem trabalhos que propiciem a convivência dos mesmos.
Texto: Batista Pereira e Erivan Lima.
Fotos: J. Silva.
